Fig 1. Armários deslizantes e detalhe
do armazenamento dos lotes
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Coleção de Moluscos do Instituto Oswaldo Cruz (
CMIOC) detém grande importância para o conhecimento e conservação da biodiversidade brasileira.
O acervo está acondicionado em armários de aço compactantes deslizantes (Fig. 1). As conchas são acondicionadas em sacos plásticos ou frascos de vidro,
enquanto as partes moles são preservadas em solução de Railliet-Henry ou álcool a 70%.
O acervo atual possui cerca de 7.200 lotes de conchas e de partes moles, compreendendo aproximadamente 170.000 espécimes de moluscos, provenientes de todo o Continente Americano,
Europa, Ásia e Oceania, totalizando 57 países. As informações desse acervo podem ser acessadas desde 2012 por meio da rede
speciesLink de livre acesso ao público.
O acervo está registrado em catálogo com sequência numérica que inclui 12 lectótipos e 18 paralectótipos.
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CMIOC reúne espécimes límnicos, principalmente da família Planorbidae (Fig. 2 A, B; 3 e 4), que inclui as três espécies vetoras naturais de Schistosoma mansoni Sambon, 1907 no Brasil,
agente etiológico da esquistossomose. Outras famílias das Classes Gastropoda e Bivalvia também estão bem representadas na Coleção: Ampullariidae (Fig. 5), Ancylidae, Chilinidae, Corbiculidae,
Hydrobiidae, Hyriidae, Lymnaeidae (Fig. 6), Mycetopodidae, Physidae (Fig. 7), Pomatiopsidae, Sphaeriidae e Thiaridae.
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Fig 2A. Biomphalaria glabrata (Say, 1818) A. Concha (CMIOC 1290; Escala=5mm) |
Fig 2B. Desenho da concha e do sistema reprodutor dissecado de B. glabrata. Desenho: J.E. Prado |
Fig 3. Plesiophysa ornata (Haas,1938) (CMIOC 3542). Espécie da Família Planorbidae. Desenho: J.E. Prado |
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Fig 4. Drepanotrema depressissimum (Moricand, 1839) (CMIOC 1990; Escala= 5mm). Species da Família Planorbidae. |
Fig 5. Pomacea figulina (Spix in Wagner, 1827) (CMIOC 3027; Escala= 1cm). Espécie da Família Ampullaridae |
Fig 6. Lymnaea columella Say, 1817 (CMIOC 4449; Escala=5mm). Uma das espécies que atua como hospedeiro intermediário do trematódeo Fasciola hepatica |
Fig 7. Physa acuta Draparnaud, 1805 (CMIOC 4798). Espécie da Família Physidae |
O material depositado na Coleção tem servido de fonte para mais de 150 publicações do Laboratório de Malacologia do Instituto Oswaldo Cruz, além de monografias, dissertações e teses, possibilitando vários estudos sobre a
morfologia, taxonomia, filogenia e biogeografia destes moluscos.
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CMIOC é uma das mais antigas coleções malacológicas do país e sua relevância
na área possui notório reconhecimento no cenário científico nacional e
do exterior. Seu acervo está aberto a consultas, além de fornecer
suporte a diversas atividades, como identificação e empréstimos de espécimes, assim
como a qualificação de recursos humanos em Malacologia Médica e Sistemática
para profissionais e estudantes de graduação e de pós-graduação.